Quarta-feira e o calor resolveu dar uma trégua ao goianiense! A chuva no final da tarde além de refrescar, espantou as imensas filas que se formavam em frente ao Centro Cultural Oscar Niemeyer para ver a exposição do famoso e consagrado artista, Pablo Picasso.
“Paixão e Erotismo” era o tema da exposição. Ao invés de pinturas, figuras gráficas. Das 2.200 gravuras que Pablo Ruiz Picasso realizou ao longo de sua vida, os goianos tiveram o privilégio de apreciar 92 delas, todas pertencentes ao colecionador italiano, Píer Paolo Cimarri. Pode parecer pouco, mas não é! Principalmente se considerarmos que foram abordados diversos temas como, por exemplo, minotauros, violações, mulheres, guerras, modelos, entre outros. Além disso, foram mostradas ainda três das várias técnicas que ele utilizava para desenhar – litografia, águas tintas e águas fortes. Um prato realmente cheio!
O ambiente preparado era propício. Na entrada, uma rampa arredondada dava acesso à sala que guardava as obras. Suas paredes eram acobertadas de letras que contavam o cronograma da vida do espanhol. Desde o seu nascimento, em 25 de outubro de 1881, passando pelos momentos mais marcantes (não só como pintor, mas também em sua vida pessoal) até o dia de sua morte, 8 de abril de 1973, na França, aonde morou a maior parte de sua vida.
Ao chegar na sala, paredes vermelhas escureciam o ambiente e representavam à altura a paixão e o erotismo propostos pela exposição. A iluminação tentava fazer o mesmo produzindo sombras. Mas como a regra número 1 de toda boa exposição é não economizar na luz, este quesito em especial deixou um pouco a desejar.
A primeira gravura à vista era “La Célestine”, feita em água-forte em 1968. Ao seu lado, o surrealismo de “Au bord de la mer” de 1932. Seguindo a ordem na qual foram postas, o público deparava-se com obras tanto de seu período realista quanto do período que de fato o consagrou, o cubismo. Erotismo realmente não faltava, e paixão era o que pouco a pouco ia se construindo ao longo da jornada de admiração. Minotauros, touradas, guerra civil espanhola e os jogos ‘Feminino x Masculino’ e ‘Claro x Escuro’ eram predominantes na exposição. As obras de maior destaque pareciam ser “Serenade au bordel” (1971) e “Taureau ailé contemple par quatre enfants” (1934), ambas bastante disputadas. Além disso, destacaram-se também “Portrait de madame Picasso I” (1923) e “La chute d’Icare” (1972), respectivamente a mais antiga e a mais recente obras da exposição. A última gravura da mostra, “La verre sous la lampe” (1962), ficou marcada por dois motivos: 1) Sua indiscritível beleza. 2) Pela infeliz ausência de luz sob a mesma que acabou perdendo parte de sua essência – “O copo sob a lâmpada”? Mas que lâmpada?
Gafes a parte, a exposição de Picasso em Goiânia foi um marco não só para o ano de 2007, mas para a cidade em especial, que pode considerar o evento não só mais uma opção de entretenimento para seu povo, mas um ponta pé inicial para um maior investimento em sua área cultural. Afinal, não é só de música sertaneja que o goianiense vive.
2 comentários:
ai é jornalista mééérmo, que isso monara to chocado. escreve muito bem. abraços.
bokao ^^
Fala, Bokão! Quis acessar seu perfil, mas vc não me (nos) permite! hehe Enfim... só queria saber "who you are". Qualquer coisa, me mande um e-mail depois, ok?
Abraços e valeu o apoio! ;)
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